05 junho 2016

Ajna

Ajna

A correnteza de correntes dessa vida fluida
Já não me prendem mais ao chão
Já não me rendem mais suor
Já não me ardem a chama vívida

Nas grades de agrados não me atenho
Não fico sorrindo pro seu ponto fixo
Não grito seu grito silencio
Não paro e agarro o medo

Ainda que a dança não alcance o destino
A chama balança sem desatino
A passo e compasso infinito
Ao rumo do fim do seu dito

Sam Taffari

15 junho 2012

Meditação Raja Yoga

As facilidades do mundo moderno nos conectam à uma diversidade e variedade de informações a todo o momento que desejarmos. O problema é que nos conecta também durante um longo tempo que não desejamos.

Por quantas vezes você chega em casa ainda repassando cenas do trabalho, ou se pega pensando em algum evento que aconteceu na semana anterior, no mês anterior? Ou então imaginando o que acontecerá se você agir de certa maneira, ou como seria se isso ou aquilo... Muitas vezes, nossa mente destreinada, se diverte digerindo qualquer coisa que esteja em nosso sanskaras (memória) e esta é uma questão que só se resolve com uma boa dose de treino.

Em primeiro lugar, podemos nos colocar na posição de observadores passivos de nossa própria mente e então, como passageiros sentados dentro de um avião que observam pela janela as formas das nuvens e a pequena cidade se distanciar enquanto decolamos, ficamos a observar os pensamentos que se formam em nossa mente e nos limitamos a aceitá-los.


O próximo passo é discernir dente estes pensamentos quais são os positivos (aqueles altruístas, benevolentes, iluminados, ligados ao ser supremo); neutros (são bons pensamentos, sobre coisas de nosso mundo terrestre, porém necessários); inúteis (quase como os neutros, mas estes realmente não nos levarão a lugar algum) e negativos (aqueles relacionados aos vícios da alma, como raiva, arrogância, apego, etc). E então, é hora de direcionar nossa mente, neste momento começa realmente o treino de nossa mente através do intelecto, para a busca de pensamentos positivos - estes que nos conectarão às energias com vibrações mais positivas à nossa volta e consequentemente ao ser supremo - e abandono dos outros tipos de pensamentos.

O terceiro passo, do que chamamos de meditação raja yoga, é imaginar-se em um lar de luz e silêncio, como um ser de luz, sua versão manifesta de suas características mais belas. E então, imagine-se próximo ao ser supremo (D'us, Ala, Jeová... a religião fica em um terceiro plano) e por fim, experimente relacionar-se com ele: através de uma conversa, de uma troca energética, de uma troca de olhares ou apenas mantendo-se próximo à este ser que nos faz relembrar de todas as nossas características natas e nos auxilia a fortalece-las.


Yoga, já falamos, significa união e raja (também do sânscrito) quer dizer real, supremo. Portanto, raja yoga é a união real, união suprema.
Se yoga é a arte da união, este seu braço mais sublime nos ensina a conquista da mais pura conexão com o ser supremo. A filosofia raja yoga é muito bem estruturada e sua metodologia contribuiu muito para que o conhecimento do yoga fosse mantido ao longo dos anos.

Esta é uma filosofia bastante abrangente e aqui buscamos apenas compartilhar a parte prática dela, para que nosso intelecto se torne forte e deixemos de ser levados pela nossa mente a pensamentos indesejados.

Namastê!

08 junho 2012

Soneto da fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao pesar de seu contentamento.
E assim, queando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que nao seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Morais

01 junho 2012

Animais em extinção

Uma espécie ameaçada de extinção é aquela cuja população está decrescendo a ponto de colocá-la em alto risco de desaparecimento na natureza em futuro próximo. No Brasil, o desmatamento, destruição do hábitat e caça são três das maiores causas do desaparecimento das espécies da fauna e flora brasileiras.

Dentre algumas das instituições responsáveis pelo controle e preservação das espécies ameaçadas está o IUCN (International Union for Conservation of Nature / União Internacional para a Conservação da Natureza), que - dentre outras funções - publica desde 1963 a Red List (Lista vermelha, onde estão os animais ameaçados de extinção).
Esta lista, que tem por principais aspirações monitorar as espécies; desenvolver um plano de conservação e criar dados para a tomada de decisões, segue a escala apresentada abaixo.


Séria ótimo se todas as espécies estivessem harmonicamente disposta na última classe - pouco preocupante - mas infelizmente o quadro é bem divergente deste. Das 51,948 espécies catalogadas por este órgão, 39,34% está extinta ou ameaçada de extinção! Imagine que 801 espécies estão totalmente extintas e 64 delas existem apenas em cativeiro (pesquisa independente).

É importante relembrar que somos parte da natureza, e o que fazemos aos outros membros do grande grupo que chamamos de fauna, é um espelho do que fazemos a nós mesmos... desequilíbrio da cadeia alimentar, da possibilidade da flora se recuperar, da possibilidade dos rios e lençóis freáticos se despoluírem.

Se não ingressarmos em atitudes como as propostas por este órgão, seremos os co-responsáveis pela devastação de tantas outras espécies deste planeta, é preciso despertar!

25 maio 2012

O Monge


Nos mais altos picos de um vale dorme um monge.
Ao nascer do sol seus olhos cerram-se.
Sente a luz e o calor tocarem sua pele e aquecer seu corpo suavemente.
Ouve baixo a pressa da cascata que corre para levar a vida ao cervo.
Ao seu lado, canta o pássaro que suas migalhas alimentou.
Atentamente, o espera silenciar, sabe então que a manhã chegou.

Cerra os olhos, sua mente nada vê.
Volta-se para si e sente amanhecer a vida em seu ser.
Conhece o amor; expande a paz que dele recebeu.
Encontra a luz que tanto buscou e se ali retém...
Aguardando os mais profundos paradigmas se resolverem.

Seus olhos captam a alteração de luz, é o crepúsculo.
Abre os olhos, pela primeira vez vislumbra seu mundo.
Ao fundo, o alaranjado do sol partindo.
A sua volta, a noite que chegou acolhe seus olhos frágeis.

Se levanta, sente seu corpo amanhecer.
Leva a água aos lábios.
O alimento de seu corpo é pouco, para sua alma o necessário.
Completa o bebedouro do pássaro.
Deita-se.

Durante o tempo de um suspiro recorda-se de relógios, faróis, insônias.
Retém a lágrima de saudade da existência que deixou.
Busca na memória a dona do coração.
Dorme.

Em seus sonhos, apenas luz.

S.T.G.

18 maio 2012

Asanas

Yoga é uma arte proveniente da Índia, a palavra original do sânscrito seria algo próximo de yuj: união, junção, conexão.
Esta conexão, alcançada através de atitudes meditativas e de posturas estudadas cuidadosamente, une você ao seu interior e ao ser supremo (vou deixar que você mesmo defina o que é seu ser supremo).
Esta é uma união física e espiritual que permite sua mente se aquietar e ficar sob (quase) completo controle de seu ser, então podemos dizer que yoga é aquietar a mente e exercitar outras esferas da sua existência.

Os asanas são as tais posturas. Vou falar um pouco sobre eles: usados em algumas modalidades de yoga (como Hatha ou Ashtanga), existem classicamente 84 deles. Em cada asana experimenta-se o alongamento de partes externas e internas do corpo, músculos que muitas vezes nem lembramos que temos e outros organismos internos que são imperceptíveis ao nosso sistema nervoso central (aquele que controlamos motora ou sensitivamente).

O primeiro asana que costuma-se abordar tem um nome um tanto assustador: a postura do cadáver! Shavasana, onde shava é relativo à cadáver. Este é um asana de relaxamento, como um cadáver que deitado ao chão deixa toda a matéria - o que é pesado, negativo - se esvair, e parte para apenas ser, a proposta desta postura é a purificação.

Tendo em mente a introspecção, o relaxamento, o praticante se deita de barriga para cima; separando seus pés um pouco além da linha dos quadris e deixando que seus pés caírem para o lado. Com os braços ao lado do corpo, o praticante mantém as palmas das mãos viradas para cima e o queixo apontando para o peito, garantindo assim que a cervical encoste o chão. Yoga é arte na ação, no como se faz, e não quanto se faz. O praticante se concentra em sua respiração, mantendo-na tranquila e introspectiva.

Namastê!

11 maio 2012

Definições

Pressa,
irredutível vontade de realizar.
Paciência,
tranquilidade de saber fazer.
Medo,
irrepensável desejo de entender.
Certeza,
paz por ter visto acontecer.
Sonho,
imutável vontade de mudar.
Vida,
serenidade em saber aceitar.
Aproveitar,
viver...

Carpe Diem!

S.T.G.