15 junho 2012

Meditação Raja Yoga

As facilidades do mundo moderno nos conectam à uma diversidade e variedade de informações a todo o momento que desejarmos. O problema é que nos conecta também durante um longo tempo que não desejamos.

Por quantas vezes você chega em casa ainda repassando cenas do trabalho, ou se pega pensando em algum evento que aconteceu na semana anterior, no mês anterior? Ou então imaginando o que acontecerá se você agir de certa maneira, ou como seria se isso ou aquilo... Muitas vezes, nossa mente destreinada, se diverte digerindo qualquer coisa que esteja em nosso sanskaras (memória) e esta é uma questão que só se resolve com uma boa dose de treino.

Em primeiro lugar, podemos nos colocar na posição de observadores passivos de nossa própria mente e então, como passageiros sentados dentro de um avião que observam pela janela as formas das nuvens e a pequena cidade se distanciar enquanto decolamos, ficamos a observar os pensamentos que se formam em nossa mente e nos limitamos a aceitá-los.


O próximo passo é discernir dente estes pensamentos quais são os positivos (aqueles altruístas, benevolentes, iluminados, ligados ao ser supremo); neutros (são bons pensamentos, sobre coisas de nosso mundo terrestre, porém necessários); inúteis (quase como os neutros, mas estes realmente não nos levarão a lugar algum) e negativos (aqueles relacionados aos vícios da alma, como raiva, arrogância, apego, etc). E então, é hora de direcionar nossa mente, neste momento começa realmente o treino de nossa mente através do intelecto, para a busca de pensamentos positivos - estes que nos conectarão às energias com vibrações mais positivas à nossa volta e consequentemente ao ser supremo - e abandono dos outros tipos de pensamentos.

O terceiro passo, do que chamamos de meditação raja yoga, é imaginar-se em um lar de luz e silêncio, como um ser de luz, sua versão manifesta de suas características mais belas. E então, imagine-se próximo ao ser supremo (D'us, Ala, Jeová... a religião fica em um terceiro plano) e por fim, experimente relacionar-se com ele: através de uma conversa, de uma troca energética, de uma troca de olhares ou apenas mantendo-se próximo à este ser que nos faz relembrar de todas as nossas características natas e nos auxilia a fortalece-las.


Yoga, já falamos, significa união e raja (também do sânscrito) quer dizer real, supremo. Portanto, raja yoga é a união real, união suprema.
Se yoga é a arte da união, este seu braço mais sublime nos ensina a conquista da mais pura conexão com o ser supremo. A filosofia raja yoga é muito bem estruturada e sua metodologia contribuiu muito para que o conhecimento do yoga fosse mantido ao longo dos anos.

Esta é uma filosofia bastante abrangente e aqui buscamos apenas compartilhar a parte prática dela, para que nosso intelecto se torne forte e deixemos de ser levados pela nossa mente a pensamentos indesejados.

Namastê!

08 junho 2012

Soneto da fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao pesar de seu contentamento.
E assim, queando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que nao seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Morais

01 junho 2012

Animais em extinção

Uma espécie ameaçada de extinção é aquela cuja população está decrescendo a ponto de colocá-la em alto risco de desaparecimento na natureza em futuro próximo. No Brasil, o desmatamento, destruição do hábitat e caça são três das maiores causas do desaparecimento das espécies da fauna e flora brasileiras.

Dentre algumas das instituições responsáveis pelo controle e preservação das espécies ameaçadas está o IUCN (International Union for Conservation of Nature / União Internacional para a Conservação da Natureza), que - dentre outras funções - publica desde 1963 a Red List (Lista vermelha, onde estão os animais ameaçados de extinção).
Esta lista, que tem por principais aspirações monitorar as espécies; desenvolver um plano de conservação e criar dados para a tomada de decisões, segue a escala apresentada abaixo.


Séria ótimo se todas as espécies estivessem harmonicamente disposta na última classe - pouco preocupante - mas infelizmente o quadro é bem divergente deste. Das 51,948 espécies catalogadas por este órgão, 39,34% está extinta ou ameaçada de extinção! Imagine que 801 espécies estão totalmente extintas e 64 delas existem apenas em cativeiro (pesquisa independente).

É importante relembrar que somos parte da natureza, e o que fazemos aos outros membros do grande grupo que chamamos de fauna, é um espelho do que fazemos a nós mesmos... desequilíbrio da cadeia alimentar, da possibilidade da flora se recuperar, da possibilidade dos rios e lençóis freáticos se despoluírem.

Se não ingressarmos em atitudes como as propostas por este órgão, seremos os co-responsáveis pela devastação de tantas outras espécies deste planeta, é preciso despertar!

25 maio 2012

O Monge


Nos mais altos picos de um vale dorme um monge.
Ao nascer do sol seus olhos cerram-se.
Sente a luz e o calor tocarem sua pele e aquecer seu corpo suavemente.
Ouve baixo a pressa da cascata que corre para levar a vida ao cervo.
Ao seu lado, canta o pássaro que suas migalhas alimentou.
Atentamente, o espera silenciar, sabe então que a manhã chegou.

Cerra os olhos, sua mente nada vê.
Volta-se para si e sente amanhecer a vida em seu ser.
Conhece o amor; expande a paz que dele recebeu.
Encontra a luz que tanto buscou e se ali retém...
Aguardando os mais profundos paradigmas se resolverem.

Seus olhos captam a alteração de luz, é o crepúsculo.
Abre os olhos, pela primeira vez vislumbra seu mundo.
Ao fundo, o alaranjado do sol partindo.
A sua volta, a noite que chegou acolhe seus olhos frágeis.

Se levanta, sente seu corpo amanhecer.
Leva a água aos lábios.
O alimento de seu corpo é pouco, para sua alma o necessário.
Completa o bebedouro do pássaro.
Deita-se.

Durante o tempo de um suspiro recorda-se de relógios, faróis, insônias.
Retém a lágrima de saudade da existência que deixou.
Busca na memória a dona do coração.
Dorme.

Em seus sonhos, apenas luz.

S.T.G.

18 maio 2012

Asanas

Yoga é uma arte proveniente da Índia, a palavra original do sânscrito seria algo próximo de yuj: união, junção, conexão.
Esta conexão, alcançada através de atitudes meditativas e de posturas estudadas cuidadosamente, une você ao seu interior e ao ser supremo (vou deixar que você mesmo defina o que é seu ser supremo).
Esta é uma união física e espiritual que permite sua mente se aquietar e ficar sob (quase) completo controle de seu ser, então podemos dizer que yoga é aquietar a mente e exercitar outras esferas da sua existência.

Os asanas são as tais posturas. Vou falar um pouco sobre eles: usados em algumas modalidades de yoga (como Hatha ou Ashtanga), existem classicamente 84 deles. Em cada asana experimenta-se o alongamento de partes externas e internas do corpo, músculos que muitas vezes nem lembramos que temos e outros organismos internos que são imperceptíveis ao nosso sistema nervoso central (aquele que controlamos motora ou sensitivamente).

O primeiro asana que costuma-se abordar tem um nome um tanto assustador: a postura do cadáver! Shavasana, onde shava é relativo à cadáver. Este é um asana de relaxamento, como um cadáver que deitado ao chão deixa toda a matéria - o que é pesado, negativo - se esvair, e parte para apenas ser, a proposta desta postura é a purificação.

Tendo em mente a introspecção, o relaxamento, o praticante se deita de barriga para cima; separando seus pés um pouco além da linha dos quadris e deixando que seus pés caírem para o lado. Com os braços ao lado do corpo, o praticante mantém as palmas das mãos viradas para cima e o queixo apontando para o peito, garantindo assim que a cervical encoste o chão. Yoga é arte na ação, no como se faz, e não quanto se faz. O praticante se concentra em sua respiração, mantendo-na tranquila e introspectiva.

Namastê!

11 maio 2012

Definições

Pressa,
irredutível vontade de realizar.
Paciência,
tranquilidade de saber fazer.
Medo,
irrepensável desejo de entender.
Certeza,
paz por ter visto acontecer.
Sonho,
imutável vontade de mudar.
Vida,
serenidade em saber aceitar.
Aproveitar,
viver...

Carpe Diem!

S.T.G.

04 maio 2012

Manoel de Barros - o poeta da natureza


Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiabá (MT) no Beco da Marinha, beira do Rio Cuiabá, em 19 de dezembro de 1916, filho de João Venceslau Barros, capataz com influência naquela região. Mudou-se para Corumbá (MS), onde se fixou de tal forma que chegou a ser considerado corumbaense. Atualmente mora em Campo Grande (MS). É advogado, fazendeiro e poeta. 
Que hei de fazer se de repente a manhã voltar?
Que hei de fazer?
— Dormir, talvez chorar”. 
Escreveu seu primeiro poema aos 19 anos, mas sua revelação poética ocorreu aos 13 anos de idade quando ainda estudava no Colégio São José dos Irmãos Maristas, no Rio de Janeiro, cidade onde residiu até terminar seu curso de Direito, em 1949. Como já foi dito, mais tarde tornou-se fazendeiro e assumiu de vez o Pantanal.
Seu primeiro livro  foi publicado no Rio de Janeiro, há mais de sessenta anos, e se chamou "Poemas concebidos sem pecado". Foi feito artesanalmente por 20 amigos, numa tiragem de 20 exemplares e mais um, que ficou com ele. 
Fonte: Releituras

27 abril 2012

Destinos

De tantos delírios na mente,
qual deles será o mais são?

Procuro no obscuro um sonho,
de todos - qual não será em vão?

Se corro para eles, não os encontro.
Se corro por eles... eu vivo!
S.T.G.

20 abril 2012

Natureza

Um dia fui almoçar com minha irmã mais jovem, que é vegana, em um restaurante nos Jardins que muito me agrada, o Vegethus e lá começamos uma de nossas épicas conversas sobre as coisas da vida. O tema da vez era a famigerada NATUREZA.
E então a minha irmã pergunta com sua sabedoria retórica: "O que é natureza?"
Bom, já sabia que ali passaríamos algum tempo e procurei dar a melhor resposta possível: "Natureza é a fauna; a flora e a sua interação com todos os biomas".
A inteligência da minha irmã me surpreende muitas vezes, ela é uma guerreira tranquila e serena, um pouco tímida e de feição perspicaz... sabia que aquele olhar dela dizia que eu tinha errado a resposta.

Qual a sua definição de natureza?

A definição de FAUNA segundo Aurélio é s.f. Conjunto dos animais de uma região: fauna brasileira. 
Ora, se fauna são animais, os humanos não estão inclusos, estão?



Este foi meu erro, os humanos estão inclusos!

Somos parte integrante da natureza, mas muitas vezes em nossas atitudes cotidianas não deixamos isto transparecer. Decidimos jogar fora aquela garrafinha d'água que já está velha, então simplesmente a colocamos no cesto de lixo e pensamos "que a natureza cuide do resto", imaginamos aquele barulhento e fedorento caminhão de lixo vindo buscar nosso enorme pacote de dejetos, o esmagando e então levando para algum lixão onde - de novo - a natureza vai dar conta do recado e degradar tudo!
Ou não... Algumas pessoas são mais conscientes (graças à D'us este número vem aumentando consideravelmente) e despejam seu lixo reciclável em locais específicos onde indústrias, ONG's e outros órgãos do sistema verde vão dar um destino mais coerente àquela garrafa indesejada por nós.

Voltamos à definição de natureza, o aurélio nos diz:

s.f. Conjunto de coisas que existem realmente. / Mundo físico. / Condição própria, essência dos seres. / Organização de cada animal: a natureza do peixe é viver na água. / Conjunto de caracteres particulares, de disposições que distinguem um indivíduo. / Espécie, tipo: objetos de natureza diferente. // Teologia cat. Estado de natureza, estado natural do homem (por opos. a estado de graça).

Um pouco mais abrangente que a definição de fauna, não é mesmo? O homem já está presente.

Faço um convite a você, se a natureza é um mundo verde enorme que relaciona biomas, flora e fauna (e você está incluído aqui, meu caro animal racional), por que raios nós não tratamos a natureza - logo, a nós mesmos - de uma forma mais decente?
Desafio você a descobrir algo em seu dia-a-dia que poderia tornar nosso verde, mais verde.

Beijos de luz.

Um convite à proteção da fauna: Campanha do IBAMA.

13 abril 2012

O Tempo

De um deserto,
tens um punhado de areia.
Em mãos de concha o tens,
o conheces bem.
Se ao acaso,
em um certo dia,
o quiseres agarrar,
não poderás.
A areia umidecerá,
não poderia sentir,
ver sua beleza ao vento.
Como o tempo,
solte-a.
aprecie-a,
deslizando,
fluindo.
E da areia,
memória.
S.T.G.

06 abril 2012

Yoga

Ainda quando morava na piscina dentro do ventre da minha mãe, tive contado com esta arte milenar: durante uma de suas aulas de yoga, mesmo antes de saber da minha existência, a escola de minha mãe (Narayana) recebeu a visita de um mestre yogi recém-chegado da Índia que disse a ela que ali havia um yogi (praticante de yoga). Naquele momento minha mãe pouco acreditou que havia alguém mais por ali além dela mesma ou ainda que aquele pequeno ser pudesse ser qualquer coisa.

Aquele pequeno ser realmente existia, nasceu, cresceu e tinha um hábito muito peculiar de fazer alguns "alongamentos" quando se encontrava sozinho e queria ficar ainda mais perto de si.
Mais tarde, a avó dessa alminha - que conhecia alguns asanas (posturas de yoga) praticados pela própria filha, surpreendeu-a em meio a estes estranhos alongamentos e disse "desde quando você sabe fazer yoga?".

Bom, a verdade é que eu não sei. Isto é simplesmente algo que existe dentro de mim, devo ter assistido há algumas das aulas de minha mãe e, como toda boa criança observadora, aprendi um pouco daquilo.
Aprendi um pouco e incorporei à minha vida, meu ritual especial para os momentos em que a cabeça foge do seu eixo e me pede um pouco de calma.

Enfim, apenas estes momentos de prática espontânea e solitária já não me eram mais suficientes, resolvi começar as aulas com a Gisele Aguiar entre um ou outro dia livre... Foi ótimo! Essa goiana bem tranquila reascendeu um desejo que já tinha de iniciar um tal curso de instrutor de yoga e lá fui eu!
Voltei às origens e me matriculei na mesma escola Narayana que visitei há algumas décadas atrás ainda quando um bebê e espero que esta experiência me ajude a mostrar à você um pouco desta mágica arte!

Beijos de luz.

29 março 2012

Invisível

Me diz...
Do que vale o som que vem do meu do peito,senão para me deixar iluminar com o brilho que vem de fora?

Me diz...
Mesmo que seja uma pequena luminescência passageira, ou ainda uma grande e encantadora que, ao partir, me deixe em lágrimas?

Me diz...
Não é isto que torna o hoje diferente? As memórias coloridas? Que torna viva a mente?
A dor passa, sempre existe consolo, mas nem sempre haverá vida.
S.T.G.
Inspirado em Antoine de Saint-Exupèry: "O essencial é invisível aos olhos".

22 março 2012

O Jasmim-Manga

Jasmim-Manga (Plumeria rubra; alba;...), também conhecida por Frangipane, ou ainda Árvore-pagode é uma árvore originária da América tropical (México, Colômbia e Venezuela) que muito me encanta por duas de suas características especiais: tem um perfume doce parecido com o de Jasmim, mas um tanto quanto mais suave; e floresce algumas vezes por ano, entre o inverno e a primavera.

No inverno, quando aquele frio de congelar o espírito aparece, meu humor vai por frio abaixo. Nasci no verão, casei na primavera...o outono e o inverno são duas das estações do ano que menos me despertam simpatia. Ora, qual a graça de ficar debaixo de camadas e mais camadas de roupas quase sem poder se mexer? Minha rinite ataca; minha criatividade vai embora: quase todas as minhas roupas de inverno são da cor marrom, acho que isso por si já explica muito do meu sentimento pelo frio.

Contudo, o inverno tem duas coisas das quais eu gosto muito! O céu azul claro, quase sem núvens, que deixa meus olhos repousarem no horizonte com tranquilidade e também o perfume inesperado do Jasmim-Manga que penetra minhas narinas e me convida a olhar para suas flores docemente coloridas de amarelo e branco ou, em algumas outras espécimes, laranja e cor-de-rosa.


O Jasmim-Manga é a minha paixão na primavera, que perfuma o ar em meio a tantas outras belas flores.
O Jasmim-Manga é o meu deleite no inverno. Suas folhas verde-escuras são firmes e de uma cor muito alegre, tem cerca de 30 cm. Seu caule é rígido e vaza látex quando ferido, de cor cinzenta ou bronzeada, são lisos e em formato escultural. A árvore pode atingir de 4 a 8 m!
Em várias Ilhas do Pacífico esta bela árvore que floresce em forma de buquê, cede suas flores para colares, coroas e outros adornos usados em comemorações.


Enfim, esta árvore graciosa tem inúmeras razões para dar nome a este blog e estas são algumas delas. Espero que você tenha a oportunidade de se deliciar com seus perfume e beleza.

Beijos de luz.

Veja mais imagens no Jardim Botânico de Honolulu: http://www.botany.hawaii.edu/faculty/bridges/sonytest/plumeria/plumeria.htm

16 março 2012

Re Conhecimento

Fala, fala, fala
Sonha, fala e dorme
Quando os olhos vêm o sol
Já não se quer, e cala

Tenta, tenta, tenta
Começa, tenta e inventa
Ao marco do primeiro tropeço
Já se encontra, desatenta

E vê, vê, vê
Aponta, vê e ressalta
Que de tudo que se quer, há nada
De nada que não quer, há tudo
E finge, distrai, não escuta

Erra, erra, erra
Não vê, erra e condena
Procura, erra e escolhe
Já não importa, há culpa.
S.T.G.